Talibãs obrigam menino de 13 anos a executar assassino num estádio do Afeganistão perante 80 mil espectadores

O assassino confesso, chamado Mangal, e outros dois foram considerados culpados pelo assassinato de 13 membros da família do adolescente, incluindo várias crianças e mulheres

Francisco Laranjeira
Dezembro 3, 2025
11:29

Os talibã do Afeganistão obrigaram um menino de 13 anos a realizar uma execução pública diante de milhares de espectadores, fuzilando um homem que havia matado mais de uma dúzia de membros da família do jovem. De acordo com o jornal ‘The Independent’, estima-se que 80 mil pessoas se reuniram num estádio desportivo na província de Khost, no sudeste do país, para testemunhar o horrível espetáculo, condenado pela ONU como “desumano e cruel”.

O assassino confesso, chamado Mangal, e outros dois foram considerados culpados pelo assassinato de 13 membros da família do adolescente, incluindo várias crianças e mulheres. O assassino foi condenado ao ‘Qisas’ – uma punição de retaliação sob a lei da Sharia, semelhante ao princípio bíblico de ‘olho por olho’.

O Supremo Tribunal afirmou que os familiares das vítimas tiveram a oportunidade de perdoar e reconciliar-se – uma medida que teria poupado o homem da morte – mas as autoridades, em vez disso, insistiram na pena de morte.

De acordo com relatos locais, os talibãs proibiram os espectadores de levarem telemóveis com câmaras para dentro do estádio onde ocorreu a execução. No entanto, um vídeo gravado do lado de fora do estádio mostrou uma enorme multidão de dezenas de milhares de homens reunidos para testemunhar a execução.

Também foram ordenadas execuções para outros dois envolvidos no assassinato, mas estas não puderam ser realizadas porque alguns dos herdeiros das vítimas não estavam presentes.

O homem foi morto a tiros depois que os três níveis de tribunais do Afeganistão – tribunais inferiores, tribunais de apelação e o Supremo Tribunal – confirmaram a sentença de morte, com o líder supremo do país, Hibatullah Akhundzada, dando o aval final.

Essa foi a 11ª execução realizada sob a interpretação rigorosa da lei islâmica (Sharia) pelos talibãs, segundo a qual crimes como assassinato, adultério e roubo podem acarretar punições como execução, amputação ou açoite.

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